Ontem amei um velho
Mastigando ausências
Gengivas desesperadas
Já sem garras
Regurgitava o alimento-sonho
Entranhas transbordando escombros
Como a terra em seu caminho
Os dentes perdidos entre os restos de vida
E os pés descalços em meu ventre
Por uma sombra de esperança
Hoje acordei morta e acesa
Como um grito no escuro