terça-feira, 19 de abril de 2011

Amor, substantivo próprio

----------------------------
Perdi a ternura faz três dias hoje
Os homens ao lado não entenderam o riso
Fiquei quieta e plantei onze gritos
Para arrancar com as mãos do retrato
O espelho fosco erguido em teu nome

Saí com o circo para despistar as luzes
Aprendi a voar e engomar meus vestidos
Só para andar nua, às gargalhadas
Sem rosto, sem pele, sem nada
A não ser flores e esperanças

E essa crença na dureza do amor
Meu único senhor, minha única casa

terça-feira, 5 de abril de 2011

Bichos do mato

-------------------------
Era o mesmo homem
Não sentia sede nem fome

Era o mesmo alimento
Azul a cor do seu nome
Devorado a cada tormento

Era a mesma crença
As belezas que sempre estão
Os feios que não se calam

Na alma sem diferença
Os olhos dos que se dão
Espelhos dos que não falam

Era a mesma insanidade
Na delicadeza a saciedade
Nas mãos toda a eternidade

De amar tudo a cada hoje
Por não respirar amanhãs