domingo, 9 de dezembro de 2012

canto para estar vivo em dezembro


tempo de não ser antes nada
fazer sem espera, sem rosto
aqui é só um lugar que respira

estar-se, que inútil ter-te!
que vozes são essas no oco
sobre a mesa do quarto?

sóis em silêncio no peito
paredes descansam do céu
mais tristes que as ausências

sim, há mais lágrimas que as minhas
chorando-te na brancura do dia

sempre há mais lágrimas
no corpo das coisas