terça-feira, 15 de novembro de 2011

Saudade banhada de sol

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Entre tantas fomes e tantos medos
que seja mais tenra a colheita no arrebol

Pele em êxtase pelo sangue
roubando sem cessar a secura do nunca
nos olhos acesos de tantos cantos, de tanto sol

A colheita rara entre os nossos dentes
arregaça na cara, de frente
o sonho de ontem

Sementes cravadas se tocam
nas carícias vividas
apenas em tuas mãos

Amanhã vou ao mercado bem cedo
Darei tudo que tenho por um regador
até que teu corpo seja rio e raízes

E eu, um estuário somente
Sem âncoras nem quilhas, nada que fira
a face desse mar que nos abre seus braços

2 comentários:

Anônimo disse...

belo, bela

Magna Santos disse...

Tem poemas que a gente lê que dá medo de falar qualquer coisa. Aliás, não dá pra falar qualquer coisa. Por isto, às vezes venho aqui, vejo, leio, sinto e saio na ponta dos pés para não fazer barulho...também saio sem virar as costas em sinal de carinho.
Ah, Silvinha, sei não...