quinta-feira, 13 de março de 2008

Sussurro


Se me despir inteira, quantos anjos me ouvirão?
Eu que não grito, não falo, eu que morro
----------------------------todos os dias
Eu que sobro, badalo a dança dos sinos
anunciando a cada escuro essa touceira insistente

Quantos serão anjos na agonia do fogo intermitente

----------------------acendendo ao clamor da carne
o peito que me devora em tantas ao calar dos olhos?
Cortante, preciso, rotação sem tardes, nem manhãs

Quantos anjos estarão vivos ainda em meus satãs
quando da caminhada nua as retinas sejam hinos,
a única música, o derradeiro som aos teus ouvidos?

Um comentário:

Josias de Paula Jr. disse...

Mais um belo poema! Não sei como foste encontrar meu blogue, mas me valeu a sorte de conhecer tua escrita! De certo que foi obra de um desses anjos que tanto invocas...
Fizeste-me um leitor teu.