quinta-feira, 27 de março de 2008

Sexta-feira da Paixão


Aqui e agora estou celebrando a vida
Não me importa o que trarão os ventos
Não me importa se terei mais à frente
Nem menos

Do passado ao meu redor
Perdôo o rabo que me foi dado
Bicho que sou

Aqui e agora estou celebrando a vida
Meu único e exclusivo bem sagrado
O resto foi feito pra dividir

Que absurdo!
Até a vida. Bobagem a minha.
Tenho tudo porque não tenho nada

Aqui e agora estou celebrando a vida
Se creio em Deus, na Ressurreição?
Não quero fazer mais pelo amanhã, o depois
Devoro o hoje com a força de mil leões

--------------------------------Enternecidos

A eternidade não é a casa desses tempos
Dos nossos corpos, paixões, nascimentos

A paz também se faz na dor do luto?
E tudo já não morreu o bastante?

Das armas que uso o riso é a mais cortante
É só mirar com cuidado

Para não aprisionar os vivos
Nem ter pesadelos com rostos
Que não cabem num inimigo
Aceito qualquer soldado
Do meu lado ou do outro
E os amo

Enterrei o amanhã nessa briga
Não por não querer o seu braço
Acredito mesmo que é na infância
Das coisas que se planta o seu prado
Planto

E o que é o hoje, senão uma criança
Ávida por cuidados e pronta para ser
Sempre?

Aqui e agora estou celebrando a vida ora
Metralhando você
E pronto

Um comentário:

Josias de Paula Jr. disse...

Acalentemos, pois, essa criança... hoje e sempre!