O pão de Íris
Manhã de pássaros
Amanhã cozido
Amanhecido
Dentada banguela
Seios sugados
Enternecidos
Mulher da vida
Amolecida
Na boca do tempo
Noites de fetos
Nunca nascidos
Dias de homens
Que não voltaram
Com o pão quentinho
Para o amor e o café
Mas Íris, cravada de fé
Íris sangrou liberdade
Dançou a dureza
Na ponta do pé
Grávida de pureza
Em todas as veias
Amassa nas mãos
A hóstia das ceias------------------------Faminta
É mãe pelo sêmen do vento
Vive a gargalhar, é contente
Caminha mascando céu e infinito
Nas pegadas do próprio ventreE voa
Um comentário:
Sílvia, dizer o quê? Ensaiei comentários argutos, que não fossem banais. Mas há os limites da linguagem (ou os meus próprios) e só posso dizer: mais um belo poema! E só.
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