segunda-feira, 16 de março de 2009

O jogo dos contrários


As coisas se quebram rapidamente
Como um pássaro canta na janela
Une todo o tempo e todo o céu
Dentro e fora do corpo. E vai.

Só as janelas ficam
Emolduram o vazio do mundo
A desnudez daqueles que andam

Sem pés, sem roupas há tanto
Canto à espreita da noite
Como um bicho no cio esquece a caça
Ao ferir-se de paz na hora do gozo

Danço, salto, deixo as janelas para trás
Os olhos escorrem nos cacos da vidraça
O fundo, o mar, a fragilidade do porto

As coisas se fundem rapidamente
Como mariposas na violência da luz

A ausência do pássaro também tem suas asas

2 comentários:

Anônimo disse...

você é uma poesia viva!

Anônimo disse...

"A ausência dos pássaros também tem as suas asas."

Vou tatuar. :)

Berna.