quarta-feira, 21 de março de 2012

As mãos

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No leito de suas sedes mais delicadas
Ela viu a cor do invisível um dia
Tinha outros nomes e uma imagem
Como o vento se chama tantos e se vê

Os lírios, os seios, os dentes, as asas...
Desejou por fé no gozo que sentia
As vozes em volta diluídas na paisagem
O corpo de Dalí, no ventre de Monet

Contradições! Olho e dou risadas
Da saia que guardei e ainda uso
Daquele tempo de pedras e facas

Da gaze branca, avermelhada
Roçando nela como o pulso
De um coração que falta

Lambi suas lágrimas
Antes do café de ontem
Porque gosto do sangue

Não, minto...
Fiz pela paz da orgia
Em suas mãos ausentes

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