sexta-feira, 9 de março de 2012

Carta a Sabra, Shatila e Esperantina

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Porque meu pai não morreu na guerra
Fui feliz desde menina

Se com os idos caísse ferido
De um lado que não acredito

Ou sonhasse distinto
Só por ter partido...

Ou quem sabe o barro
Guardião das minhas unhas

Escorrendo pelos braços
-----------Como agora?


Protegida ao acaso
Não colhi seus ossos

A sangrar meus olhos
Com as tuas lágrimas

Entre ir ou ficar
São sempre tantas vidas

Meu quinhão para sorrir
E também para chorar

Porque meu pai não morreu na guerra
E fui feliz desde nascida

Um comentário:

Luna Freire disse...

Esta foi forte e dolorida, Silvinha...
Quantos massacres ocorrem todos os dias e a gente nem vê? Como os Sabra e Shatila? Ou dos ciganos em Esperantina? Ou os tantos produzidos pela guerra de tráficos??? Felizes de nós, que não temos que enterrar os ossos de nossos pais. Ou de nossos filhos...