terça-feira, 16 de outubro de 2007

Anjo torto


Tantos corpos pelo chão
Tantos mortos nessas mãos
Tantos anjos cor de terra

Tantas bruxas e Vênus
Todas a mesma cara
Do espelho extirpada
A sangue, a ferro, a fogo

Diabos do mesmo ventre
Sereias da mesma água
Monstros da mesma casa

Cacos, recortes, pedaços
Nada sobra, nada fica intacto
entre os dentes do assassino

E ele voa, e ele dança, e ele voa!

Toda queda salva o louco
Arrebentado, costurado a cru no olho nu
Onde se esmera o sal do corpo

E o anjo torto
Na sede de regar as asas
Trepa a vida e vira o céu

Porque não é pouco lutar contra si mesmo e sair vitorioso

2 comentários:

Lê Santôsha disse...

Belooo!!! Não é pouco mesmo, Sil.
Bjosss.

Milena disse...

Não é pouco, não é fácil... contra si mesmo é foda de verdade, Silvinha.

Bjs, linda!