segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Refazenda

(para o meu primo Rico, um beijo de adeus)

Uma morena tropicana passou
Como todos, intervalo
Levou no ventre um tesouro

Pariu no amanhã de outros céus
Tempos que não temos
Ao solo caíram seis véus
E logo se descobriram seus ouros

O menino não cabia no mundo
Com tudo o que ele viu
Era uma vez e ele
Partiu para o desconhecido

Disse adeus antes da aurora
Brotou o seu corpo no espaço
Onde a antiga hora nada era

Só o escuro, aquele breu
Esperando a sua luz

Não peço lágrimas para regar seu jardim
Ele já nasceu florido, frutando mais

Não quero gritos para entoar o seu canto
Seu silêncio é repleto de paz
Nem dores para lembrar o seu verso

O avesso da chegada não é a partida
É o começo de uma outra vida

2 comentários:

Raquel Uchôa disse...

lindo!

Paula Barros disse...

A viagem foi legal. Voltando e matando as saudades. Está belíssimo o seu post. Obrigada pelo comentário.