segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sobre a fome dos meninos e as sobras dos homens


Cem olhos engolindo as asas
Dos urubus sem penas
Na distância da calçada

Ossos brancos no saco
Claros como a paz. Fininhos, quebrados
Eram meus restos mortais

E todo sentimento, que lixo!
Mastigado na sobra dos pássaros
Devorando toda a fome do céu

De azul, só sobrou o saco
Porque era noite. E chovia

Um comentário:

Anônimo disse...

que belo e que forte!