quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O espelho


Vi castanhos exaustos naquele espelho
Vazios dilatados por tantos ontens
que não cabiam no banheiro
nem na casa inteira, nem no mundo

Nadavam em si mesmos mergulhados
e se pintavam de silêncios

De tão cansados os lábios gritavam tãomente risos
enquanto o suor dos tristes, sal vivente nos olhos,
fecundava a terra seca do caminho

Vi folhas enfastiadas de carregar orvalhos
renascerem em danças derramadas pelo carinho
do vento que passava, simplesmente

Isso também reluzia no interior do espelho

que paria outro mundo desenhado nele mesmo

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