quarta-feira, 29 de julho de 2009

Aurovilianas

segunda frrase:
A sagração do pó

A aspereza sagrada das mães de qualquer passo
Enterrada neste barro antes de todas as cores
Anterior à vida que envolve seus corpos tão nus
Ainda:
--------------- Independente das águas, das faltas, das heras

São elas os anjos das esquinas, das praças,
Das estradas que agora se insinuam vestidas
De pastos. Exibindo homens, vacas aladas,
Pássaros eternos esculpidos por fadas
Com cem olhos azuis
E suas pequenas asas cansadas

Pássaros caminhantes.
(O céu não suportaria ser riscado por
uma beleza tão pura. Elas sim.)

Eles às vezes pesam seu corpo sobre a sua dureza
Insolentes. Apenas para gozarem seu dom,

Sua formosura, num sentimento mais alto

Elas cinzamente só nutrem o espaço
Imobilidade aparente, guardam o pó de todas as almas
Do presente, do passado, do suor a ser derramado
E a certeza ancestral de toda terra, em qualquer estado:

---------------- Alheia ao alcance de todo vôo, há sempre uma pedra
---------------- Haverá sempre uma pedra

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