terça-feira, 6 de dezembro de 2016

um canto-semente

agora dei para ancorar intentos
entre as pedras soltas da calçada

de toda fresta e rachadura
se o tempo da espera for justo
alguma vida nova brota

vestida de mansidões
enquanto morro
fecundo agoras

palavras soltas
que alguns até
imaginam poemas

canto porque há vida em nós
canto porque não me resta outra fé
canto porque todo dia o sol é e a lua e o vento

silêncio, a terra acaba de parir uma árvore
e se o tempo da espera for justo
ela também vira alimento

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