terça-feira, 11 de setembro de 2007

Noites de Yelda


Uma editora do Rio de Janeiro premiou o poema abaixo com uma menção honrosa num concurso de poesias. Foi bom, fiquei feliz. Agora divido com vocês, meus amigos, meus confidentes, que conheceram o "barro cru" como um segredo.


As minhas noites de yelda*
de repente estão claras.
A insônia me habita,
mas não sem estrelas.

A língua me lambe em brasa,
o silêncio me rompe em dores
e prazeres.
Estou nascendo!

As minhas noites de yelda
são desenhadas por brilhos meus
e, como eu,
não esperam pelo sol.

Vou me lambuzar de melancia
e de águas azuis.
Ao contrário da crença,
só porque quero a sede
do verão seguinte.

*No Afeganistão a primeira noite do inverno, a mais longa do ano, é conhecida como a noite de yelda. Envolvida por mistérios, acredita-se que quem comer melancia nesta noite, não terá sede no verão seguinte. Para os poetas, é a noite sem estrelas; a mais longa do ano e completamente escura, quando os que sofrem de amor esperam dolorosamente pelo sol para que ele possa trazer a pessoa amada.

7 comentários:

Anônimo disse...

Certamente uma metáfora contraditória à mística envolvendo a noite de Yelda. A sede de paixão é esperada pelo autor no verão seguinte, no calor intenso de um possível novo relacionamento intenso. A conotação da "língua me lambe em brasa" é puramente sexual!!!

Anônimo disse...

Já disse mais de uma vez:
você deve publicar um livro!!!!!

Renata Muniz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

primeira vez que tô aqui...
quanto talento!!!fiquei muito emocionada.valeu por me enviar o email dando a dica.
que orgulhoooo!

P. disse...

Esse seu brilho nunca se apagará. Que venha a sede. A sede de amor para os que ainda amam...

Beijos no coração

Anônimo disse...

Puxa... por essa surpresa não esperava! Parabéns! Fiquei maravilhada com suas palavras em forma de poemas... Agradeço por compartilhar comigo esse seu dom. Beijos.

Unknown disse...

Achei teu blog. Já coloquei nos favoritos.
Beijos
João Valadares