quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Poema de mulherzinha


Depois de ir ao céu e voltar trinta e duas vezes
Tossi sete penas de anjo bêbadas de sangue e uma branca

Desci mais um pouco e me vesti de fogo
Inspirei novas fontes rubro-violeta-amareladas

Inventei mil e sete degraus plantados
Entre as tripas cozidas no ventre
Para subir e descer sem asas e sem chão

Perdi-me entre os cacos achados no corpo

Ontem me mandaram de volta à terra dos sonhos
Virgílio e Dante eu vi, mas longe demais
Para tocar-lhes os lábios e também Beatriz

No exílio sem porto, sem véu, sem inferno
Sem morada fixa construí um terraço

Acho que por isso, atrás da boca sinto assim
Como uma galinha de cabidela recheada de mim

Num mundo-moela misturando ao meu caldo
A fome de olhos alheios, peitos, risos e sobrecus
Temperados com sal, pimenta, coração, fígado e alho

E um pouco de cachaça

arrotando uma esperança
na tentativa de um poema

que junte sete penas bêbadas de sangue
e uma branca

3 comentários:

Anônimo disse...

Amei!

em foco disse...

Meu amor não gostei muito como tambem te add nos meus favoritos viu sempre que atualizar me avisa um longo chero

Anônimo disse...

Vc deve ter ficado sem entender mais eu quiz duzer , não só gostei com tambem te add viu , eu adoro poessia, muito obrigado , um cherãooo Aivlis...
Ho!! gosto muito de vc tá