segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Poesia natural
Comi milhões de sementes hoje à tarde
Meu ventre está pleno de árvores
Respiro, respiro, ar, ar
De cócoras, força, mais força
Asas e raízes
São muitas
Estão vindo
Já se vê as copas coroando
O vento ajuda, meu macho
Escancara minhas pernas
Água, mais água, mais água
Como dói, como salva!
São galhos do ofício
Sou apenas uma puta
Devoradora de semens
Doadora de frutos
Escrevo como um bicho
Afora essa luta
E o sangue na vagina
Sou tão menina
Quanto os pais
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Para ler mastigando pétalas
Uma rosa no meio do oceano
Não afunda nem nada
Insignificante
Pacífica, Índica, Glacial, Atlântica?
A cor não importa
Uma rosa apenas
Como toda leveza do mundo
Flutuante
Já não me assombra a beleza
É o perfume
Que se mostra mesmo pra quem é cega
Se exala mesmo pra quem tem fome
E não cessa, mesmo depois de morta
Assinar:
Postagens (Atom)