barro cru
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Lembretes para espetar no corpo:
Vestir-se de pouco
na pele do tempo
Trazer o vento no alforje
até se libertar das asas
Nascer hoje
Estar nua
é um estado de alma
domingo, 7 de outubro de 2012
Sobre o amor e outros absurdos
A criança sem cabeça
nos braços da mãe
e os ecos de um grito
A bomba precedeu o silêncio
A moça pede água, mais nada
Achava que era sede a dor do filho
Pela criança morta
de punhos erguidos
Pelo grito materno
em meu ouvido
Acredito no amor, ainda...
sábado, 6 de outubro de 2012
ocaso
não era água nos olhos do pássaro
era inverno, creio...
talvez acenos do amor
mas que amor sobreviveria aos olhos do pássaro?
são apenas palavras nas coisas do céu
e a vida mais forte que qualquer po
ema
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Estações
Entre a esperança da voz
e a imanência da morte
há um verão de ausências
que não passa
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Inutilidades
Lambuzar de sussurros
a pele dos gritos
é o meu ofício
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Pensamentos do corpo
Para entender a beleza
foi preciso queimar os olhos
na primeira promessa diante do sol
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