domingo, 8 de janeiro de 2017

violentamente viva

se bater
revido
e aviso
sou muito perigosa...

só que no dia-a-dia
preencho força de amor...

nada especial
um tipo de amor simples
que gero, gesto e danço
entre milagres e espasmos

incluindo os ossos, as marcas
a pele, as dores e as pedras junto

tem sido um belo escudo
e uma bela espada

a cantar em tudo
“meu tempo
é quando”

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Para(á) no corpo

(para Thales, hoje)

a infinitude das margens
parindo um milagre todo novo
abrindo uma beleza inaugural
da violência divina em meus olhos

vastidões de transbordamentos
no giro incansável do corpo
pele, músculos, sangue, ossos
memórias, pulsos e acasos

ajoelho, rio e choro
por tudo que amanhece aqui
entre ocasos e esperas

na voz de uma imagem sem antes
invocando lonjuras amazônicas
de águas doces em mim

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

saturno em câncer

e eis que num dia comum
nublado como tantos

dei de nascer sem querer
amando tudo o que me move

como um cavalo selvagem
e aquele vento-crina
no ritmo dos cascos
na água