segunda-feira, 12 de outubro de 2015

corpo cotidiano

todos os dias
a vida me atravessa
em dores próprias e alheias
e sou indefesa diante de nós

todos os dias
tenho medo

todos os dias
uma visita me bebe

todos os dias
uma velhice se brota

todos os dias
o abismo

todos os dias
o riso

todos os dias
a morte

todos os dias
o gozo

todos os dias são tantos
regaços em chamas
ou tempestades e ventos
ou mar, tufão, redemoinho...

todos os dias
amo mais e caminho

todos os dias
o adeus nos olhos
e o abraço pronto