como o mar chama
e deixa a voz mais divina
que o mundo já pôde tocar
toma, leva as máscaras e as raivas
leve-as despidas ao
vento
para um passeio que flana
deixe que falem de dentro
o teu peito aguenta
o nosso peito de rochas esculpidas
em águas aguenta qualquer coisa
até que se morre um dia e pronto, está feito!
por deus, leva as tuas máscaras e as tuas raivas contigo
Andarilho, te falo de homem para homem,
de poeta para poeta...
também careço de paz e de estradas
como a mulher em ti
quando o vento norte do Saara me encontrou
eu também estava só, entre nadas e abismos
vai e deixa as tuas máscaras e as tuas raivas diluídas
na paisagem das ondas de calor que descansam ao sol
mais um tanto de fé e está lá, um oásis
quem sabe num domingo qualquer a gente se encontra por aí
e caminharemos juntos, lado a lado, ausentes das guerras...
por enquanto, é um sussurro
para compartilhar a Paz
há que se ter coragem
muito mais coragem