As coisas se quebram rapidamente
Como um pássaro canta na janela
Une todo o tempo e todo o céu
Dentro e fora do corpo. E vai.
Só as janelas ficam
Emolduram o vazio do mundo
A desnudez daqueles que andam
Sem pés, sem roupas há tanto
Canto à espreita da noite
Como um bicho no cio esquece a caça
Ao ferir-se de paz na hora do gozo
Danço, salto, deixo as janelas para trás
Os olhos escorrem nos cacos da vidraça
O fundo, o mar, a fragilidade do porto
As coisas se fundem rapidamente
Como mariposas na violência da luz
A ausência do pássaro também tem suas asas
2 comentários:
você é uma poesia viva!
"A ausência dos pássaros também tem as suas asas."
Vou tatuar. :)
Berna.
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