Para minha avó Alcina, que sem querer, me ensinou a ler
Deitada sobre cactos
As costas perfuradas
Lapidava estrelas
Era terra muito velha
Pisada pelos homens
Sagrada pelos mares
Deflorada por mil deuses
Mas do seu umbigo
Brotava um jardim
Todo santo dia
Espirais de cinco sóis
Escorriam em cada um
Dos fios dos cabelos
Sangrar era seu jeito
De encantar a morte
Em seu corpo verdadeiro
Da última vez que a vi
Estava completamente nua
Parindo poesias por todas as veias
Deitada sobre cactos
As costas perfuradas
Lapidava estrelas
Era terra muito velha
Pisada pelos homens
Sagrada pelos mares
Deflorada por mil deuses
Mas do seu umbigo
Brotava um jardim
Todo santo dia
Espirais de cinco sóis
Escorriam em cada um
Dos fios dos cabelos
Sangrar era seu jeito
De encantar a morte
Em seu corpo verdadeiro
Da última vez que a vi
Estava completamente nua
Parindo poesias por todas as veias
4 comentários:
Da última vez que a vi, estava como sempre bela, espalhando beleza por todas as luas, para sempre inesquecível...
Sonhei com ela esses dias, aliás, ela povoou e embelezou meus sonhos durante anos, como se me quisesse dizer, mostrar, me sangrar. Até que conseguiu, e... "da última vez que a vi" me acenou com mãos de luz.
Que coisa linda! Obrigada pela emoção que me proporcionou.
Esses avós e suas marcas na gente! Essas saudades longas de sentir, molhadas demais para falar...
Identifiquei-me muito com teu poema.
Beijo.
Magna
Lindo! Lindíssimo poema!!
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