sexta-feira, 7 de maio de 2010

Variações sobre o mesmo tema

D. Amara / Foto: Silvia Góes
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“Um estremecimento misterioso toma conta do não matemático quando ouve falar de entidade quadrimensional. Uma sensação em nada diferente da que despertaria a aparição de um fantasma. Entretanto, não existe afirmação mais banal do que aquela que diz que o mundo no qual vivemos é um contínuo espaço-tempo em quatro dimensões.”
(Einstein)


O adágio das escolhas
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Amanheceu na encruzilhada a moça
Seus nadas e passos
E o abraço do tempo

No rosto se via ainda pouco
Réstia de estrela desejando aurora
Onde atracaram veleiros e ventos

Decidiu foi voar a louca
Lambendo mais que o espaço
Para alimentar seu canto

Desvestida das horas
Entrelaçando brisas
Apenas dança
Esperando a noite

O trupé da bailarina
para Dona Amara

Tragos enganando pestes
Pés de pedras e deuses
Cento e sete incontáveis passos
E mil homens que lhe chuparam os peitos
Das distâncias nascidas plantou no mundo
A terra onde brotavam portas abertas

Sem água encanada
Sem espelhos
Apenas seu canto
Suas fontes

E o tempo

Costurado com esmero
Em sua saia girante

O silêncio sustenido
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A paciência...

Uma chuvinha fina
Acariciando a noite
Grávida da aurora

Faz nascer arco-íris
No umbigo e nas mãos
Enquanto espera

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo pretinha é sempre gostoso ler o que você escreve.