(entre
o uivo, a palavra e o desconhecimento das coisas)
foto-dor tirada por mim na missa do vaqueiro,
um fragmento
do efeito das rédeas entre rezas e perdões...
creio
que há algo escrito em meus ossos
povoando
poros devassados ao mundo
viver
dói, isso é inegável
sendo
junto esse grande milagre
por
enquanto, que eu saiba honrar todos os corpos
os
meus, os que me tocam, os que atravessam
os
que me dançam... ereção, louvação, contradição
na
minha fala, no meu riso, no meu grito
no
silêncio, nos meus passos, na oração...
que
eu saiba honrar todos os corpos na passagem
e que
eu saiba matar e morrer
com
a honra de um bicho
e
o brilho nos olhos
de
um ser selvagem
Um comentário:
Não consigo pensar noutra imagem que não aquela pro teu poema (e que foto tão dolorosa, meu Deus!). Esse ser animal ainda que vive em nós há um dia de habitar com mais leveza ante a precariedade da vida. Sim, viver dói...ainda.
Beijo
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